
Pelo título já temos uma gigantesca diferença, o livro trata sobre o cortiço que era um tipo de moradia muito usada no final do século XIX e começo do século XX. É em um desses cortiços que sera narrada a história de personagens que sem medo falo e repito, são tipicamente brasileiros. O dono desse lugar trata-se de João Romão, que aos poucos ascende socialmente sendo capaz de coisas que nem o mesmo imaginaria que faria. E ao mesmo tempo a história de outros personagens moradores dali vão se desenvolvendo, como Rita Baiana, Pombinha, Jerônimo entre outros. Mas lembram-se que eu falei sobre identidade? Pois é, ao ler essa obra realista vemos em cada um dos personagens traços da cultura brasileira. Amizade, desonestidade, corrupção, paixões que separam, o contato humano, o sexo, o sofrimento, a raiva e muitas outras características são descritas aqui. Vale ressaltar que "O Cortiço" foi uma das primeiras obras brasileiras à apresentar o homossexualismo, percebe-se que o livro vai bem além do que muitos tinham ido até ali. Com uma visão determinista e naturalista, Azevedo mostra nesse livro um Brasil que não era muito falado e que pelo contrário, era esquecido e descriminado. Uma obra muito interessante de se ler.
O Brasil, assim como nessa obra é mostrado é um país de muita diversidade e muitos problemas, é inegável que assim como naquelas habitações onde não havia higiene e as condições de vida eram deploráveis, nosso país enfrenta problemas também. Mas indo contra a filosofia determinista, que enuncia que tudo é explicado por relações de casualidade, creio que "O Cortiço" mostra muito mais quem somos e o que podemos fazer do que o que somos e sempre seremos.
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